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Papai Noel dos Correios deve atender a um milhão de pedidos. Já pegou sua carta?

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Publicado em 06/12/2016, às 14h49 por Redação Pais&Filhos


As crianças sabem muito bem que a melhor forma de ter seus pedidos atendidos é escrevendo ao Papai Noel. Há 27 anos esse processo de transformar sonhos em realidade ficou ainda mais simples. É que desde então, quando o fim do ano se aproxima, os Correios se dedicam à força-tarefa de mediar as cartinhas enviadas pelas crianças e disponibilizá-las à adoção por quem esteja interessado em oferecer a elas os presentes de Natal.

A campanha anual “Papai Noel dos Correios” é uma das maiores ações sociais natalinas que recebe do país todo cerca de um milhão de cartas ao bom velhinho. Depois de lidas, 65% são selecionadas e colocadas à disposição da sociedade para adoção, com uma média de 81% de cartas adotadas do total selecionado nos últimos três anos. O objetivo principal é enviar uma carta-resposta a todas as crianças e atender, prioritariamente, aos pedidos daquelas em situação de vulnerabilidade social, que estudem em escolas da rede pública, ou participem de instituições parceiras, como creches, abrigos, orfanatos e núcleos socioeducativos.

O presidente da empresa, Guilherme Campos Júnior, faz questão de destacar o caráter humano e o forte apelo emocional do projeto: “Ficamos muito felizes em proporcionar esse momento às pessoas que querem contribuir e fazer um Natal diferente para tantas crianças”. Apesar de reconhecer que a correspondência por cartas “está em processo de extinção”, Guilherme destaca que aquelas endereçadas ao Papai Noel sempre vão existir.

Adote uma cartinha

Entre os meses de novembro e dezembro acontece a triagem das cartas que serão colocadas para adoção. Para ajudar, existem “facilitadores” como Izabel Cristina Amaral Pereira, que há 10 anos colabora com a campanha distribuindo cartinhas entre sua rede de conhecidos e administrando as doações para a entrega final: “Comecei em 2006 com a adoção de 12 cartas. Fiquei tão emocionada com a reação das crianças ao receberem os presentes que não quis mais parar. De lá pra cá, já foram atendidas quase cinco mil cartinhas!”

Geralmente os pedidos de Natal são muito comuns – um carrinho ou uma boneca já são suficientes para garantir a felicidade da maioria das crianças. Mas Izabel já entregou também, por exemplo, cadeiras de rodas, e ajudou a embrulhar uma a uma as 50 bicicletas doadas por um grupo de ciclistas. Entre as histórias que mais a emocionaram está a escrita por Emily, uma menininha de 10 anos que pedia um chinelo novo, pois o seu estava “quebrado”. A mãe havia lhe dito que compraria um novo quando recebesse o dinheiro da faxina, mas Emily pensou que então ela pagaria o aluguel e compraria “ovo ou salsicha”, pois nunca dava para comprar carne, e não sobraria para o seu presente. Além de chinelo, Emily recebeu roupas, um vale-alimentação e uma cartinha com uma mensagem incentivando-a a nunca perder a fé, “é ela que nos faz levantar de manhã com um sorriso no rosto e irmos dormir cheios de sonhos”.

Para Izabel, “as cartinhas são repletas de sonhos” e então ela acredita “na possibilidade concreta de levar um pouco de amor e esperança através do presente que chega nas mãos das crianças”. Em troca, ela diz ganhar “a certeza que podemos ter um mundo melhor quando ‘o seu pouco’ e ‘o meu pouco’ é muito para quem não tem nada”.

Apesar do papel desempenhado por voluntários como Izabel, também é possível ir direto a um dos pontos de adoção de cartas, como fez Aline Naoe: “Minha primeira experiência foi em 2013, quando me mudei para São Paulo e um monte de coisas boas aconteceram. A cartinha foi a forma que encontrei para agradecer. Fui a uma agência dos Correios e fiquei lá lendo um bolo de cartas até escolher uma. Era um menino que pedia roupa e sapato para ele e sua irmãzinha. A parte de pesquisar o que crianças daquela idade gostam para então comprar o presente é muito gostosa. Você fica imaginando como é a vida dessas crianças e como será a reação delas quando abrirem o presente, então dá vontade de caprichar e fazer o melhor possível. Além de atender o pedido, comprei livros infantis e escrevi uma cartinha, como se eu fosse o Papai Noel, e levei tudo para que os Correios fizessem a entrega”.

Soloni Rampin também tem o mesmo costume há oito anos: “2008 foi um ano totalmente atípico na minha vida. Apesar da morte do meu irmão, várias coisas boas estavam acontecendo, inclusive em decorrência desse evento ruim. A adoção de carta era a possibilidade de fazer o bem a um desconhecido, agradecer pelos aprendizados e por tudo que eu (ainda) tinha”, reflete. “Comprei o carrinho de bombeiro (ele queria seguir a profissão quando crescesse) e levei até os Correios. Não acompanhei a entrega, não conheci a criança, não fiquei com a cartinha, mas tive a certeza de que este menino teria um bom Natal. Acho importante manter o anonimato para que a criança acredite que quem trouxe o presente foi mesmo o Papai Noel. Desde então, a cada cartinha que adoto tenho o mesmo cuidado e carinho”.

Ação para além do Natal

Para que o espírito natalino nos acompanhe durante o ano todo, Fernanda Kimie Tavares Mishima-Gomes, doutora em Psicologia nas áreas Clínica e de Saúde, recomenda que as ações sociais (doação de roupas, de objetos pessoais, de alimentos, de trabalho voluntário) sejam estimuladas pelas famílias e possam servir como exemplo: “É importante mostrar às crianças que doar tempo e afeto ao próximo, bem como itens que não são mais usados, mas que permanecem em boas condições, é muito bem-vindo na medida que também significa desprendimento material, porque a felicidade tem sentido e permanece real quando está dentro da gente mesmo e não em um objeto”

No Natal, sentimentos de colaboração e afetividade ficam mais evidentes, e conseguimos pensar no que o outro gostaria de receber e o que o deixaria feliz, sem querer nada em troca: “Com a alegria do outro, conseguimos estar felizes também. Além de oferecer algo concreto, como um presente, ajudar alguém faz com que nos sintamos capazes de proporcionar amor e cuidado, e isso irá impactar a nossa própria experiência com o sentimento de realização por poder fazer a diferença. Por outro lado, quem recebe a doação sente-se amado e reconhecido. Assim, revivemos todos a esperança de que é possível acreditar no próximo e seguir em frente, apesar das dores e carências”, pontua a psicóloga Fernanda.

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