Publicado em 04/07/2014, às 11h24 - Atualizado em 10/05/2021, às 10h11 por Redação Pais&Filhos
O primeiro jogo de Copa que vi foi o único que não vi até o fim. Culpa do meu pai. Eu tinha 3 anos. Lembro de coisas anteriores a 1970. Mas não recordo de um só golzinho do tri. Eu no colo do meu Joelmir. A grande família torcendo contra a Inglaterra. Até o golaço do Brasil. O lance que derrubou o campeão de 1966 e este que vos escreve do colo do pai.
Tostão arquitetou uma série de dribles, fintas – e até uma falta –, para lançar a bola a Pelé. Dele a Jairzinho. Dali o tirambaço que nem o big Banks defendeu. O Brasil saiu do chão na primeira Copa que se viu ao vivo pela televisão. E eu me esborrachei na frente do Colorado RQ valvulado da vovó Joana. A família celebrando o gol brasileiro no Jalisco na frente da TV, e eu no meu ‘jazigo familiar’, esborrachado no chão. Meu pai esqueceu que estava com o caçula no colo! Pulou para celebrar como de costume. Só foi lembrar do filho quando a expressão ‘gol chorado’ ganhou nova acepção naquela casa no Ipiranga, quase 148 anos depois do mais famoso grito às margens plácidas.
Eu tinha 3 anos e 9 meses quando o Brasil foi tricampeão mundial. No dia do penta, meu Luca tinha a mesma idade. Com 8 meses e 15 dias, o irmão dele, meu caçula Gabriel, não sabia o que era futebol naquele 30 de junho de 2002. Naquela manhã de domingo paulistano, estive com meu primogênito e o avô dele, o Nonno, buzinando pela cidade, com a cabeça para fora da janela, abraçando postes e gente de todo tipo. O mesmo pai que me jogara na frente da TV em 1970 se jogou para cima do Gabriel dizendo a ele que o netinho era pé-quente, campeão do mundo na primeira Copa. Logo depois, perguntou ao neto mais velho se já tinha visto festa daquele jeito:
– Só vi festa em apartamento, Nonno – com um sorriso que não se descreve, só vendo!
A vitória por 2 x 0 sobre a Alemanha, na decisão da Copa de 2002, não foi o jogo da minha vida. Mas foi o primeiro quecelebrei com o amor que, como o nosso Palmeiras, vai me acompanhar pelos dias. O penta foi o primeiro título mundial que comemorei no Brasil. E no meio da rua. Em 1994, eu derretia em Pasadena comentando o tetra contra a Itália. Foi legal. Mas era trabalho. Por mais prazeroso que seja, não é a mesma coisa.
Em 2002, não fui ao Japão. Cobri daqui a Copa. Madrugadas acordadas. Tardes em pé para estar um pouco com meus filhos. Não sou o pai presente que gostaria de ser para vocês. Mas obrigado pelos presentes que vocês são para mim.
A culpa é um pouco do Nonno, o (ir)responsável por fazer o pai do Luca perder os fins de semana correndo com os olhos atrás da bola, e o (ir)responsável profissional por fazer o pai do Gabriel jornalista, tentando ser o que o velho Joelmir foi: o melhor pai que um jornalista pode ser, o melhor jornalista que um filho pode ter. Mais do que o amor pelo futebol, lembro da festa que ele fazia, da forma como comemorava.
Em 2012, a vida me deu um novo-velho amor no ano em que o Nonno foi se juntar aos anjos como Gabriel, aos santos como Luca. Minha Silvana me deu Ricardo, Luigi e Manoela. Novos filhotes com quem curtir a Copa no Brasil. Vou estar trabalhando no Mundial e nem sei se a gente vai conseguir se ver durante a Copa. Seja qual for o resultado, se hexa ou Maracanazo-II, já sei que, se não ganharmos a Copa, já ganhei o mundo só de ter vocês pela vida.”
Bebês
Fernanda Paes Leme recusa visitas após o nascimento da filha: "Não consigo e não quero"
Bebês
Nomes femininos raros: veja opções chiques e únicas para meninas
Família
Alok compartilha vídeo em família para anunciar: "Agora somos 6"
Família
Graciele Lacerda fala sobre chegada de filho com Zezé di Camargo
Gravidez
Suposta mãe do 3º filho de Neymar confirma gravidez nas redes sociais
Bebês
180 nomes femininos diferentes: ideias de A a Z para você chamar a sua filha
Família
Bruna Biancardi comemora chegada de novo bebê na família: "Já amamos"
Gravidez
Sintomas de gravidez: nos primeiros dias, que ninguém sabe, de menino e menina e muito mais