Publicado em 06/12/2016, às 14h09 - Atualizado em 07/12/2016, às 12h54 por Redação Pais&Filhos
As queixas de dor estão entre as principais causas de visitas aos consultórios pediátricos. Destacam-se a dor de cabeça, de barriga e nas pernas, também chamada de dor de crescimento. Na maioria das vezes o sintoma não está relacionado a doenças graves, mas os pais devem estar atentos a alguns sinais. Em caso de dúvida sobre a origem da dor e a melhor forma de tratamento, é importante que os pais consultem o pediatra de confiança. Ele é o profissional mais indicado para diagnosticar e orientar a melhor conduta para cada situação.
Nossos leitores enviaram perguntas sobre dor de crescimento e algumas delas foram selecionadas para serem respondidas na coluna Dr. Claudio responde, na edição de dezembro da revista. Confira aqui:
“A dor do crescimento existe mesmo? Por que é sentida?”, Elaine Corrêa, mãe de Thomas e Matheus.
Apesar de o termo ser consagrado há anos pelos médicos e pelos pais, não há qualquer indício científico que este sintoma esteja de fato relacionado com o crescimento. No entanto, a dor é verdadeira, as crianças realmente sentem. A origem não é totalmente conhecida. Alguns fatores podem estar associados à hipermobilidade articular (articulações mais flexíveis), maior sensibilidade, estresse, problemas de sono e história familiar de dor.
“Em que partes do corpo é possível ter esse tipo de dor?”, Cibele Freire, mãe de Gael.
A dor é mais comum nas pernas e nos pés e costuma aparecer no final da tarde ou no início da noite. Pode ocorrer também na região das virilhas, coxas, joelhos ou em outros locais menos comuns, como braços, mãos e costas. Na maioria das vezes ocorre nos dois lados, direito e esquerdo, mas pode ser observada apenas em um dos lados. Em alguns casos ela é “difusa”, ou seja, as crianças não conseguem localizar o local exato de dor. A idade mais comum é entre 5 e 10 anos.
“Por quanto tempo a criança pode sentir essa dor?”, Carla Vilaverde, mãe de Theo.
A dor de crescimento pode durar meses ou até mesmo anos. E ela vai e vem. Algumas crianças podem ficar semanas sem dor, mas tende a voltar. Normalmente, cada episódio de dor dura poucos minutos, mas pode se estender por uma ou duas horas. Em 70% a 80% das vezes desaparece lentamente ao longo dos anos, mas pode durar até a vida adulta. Uma dor que é fraca e passa a ser forte de uma hora para a outra deve chamar a atenção dos pais para que procurem assistência médica.
“Quando a dor pode significar algo mais sério?”, Sônia Ramos, mãe de Amanda e Gabriel.
A criança com dor de crescimento geralmente está em ótimo estado e desempenha bem suas funções. A dor não interfere nas atividades diárias. No entanto, em 1% a 2 % dos casos o incômodo pode estar relacionado a doenças mais sérias, como as reumáticas, infecciosas e oncológicas. Já a osteomielite, infecção nos ossos e alguns tipos de câncer, como as leucemias, podem se manifestar como dor nas pernas ou nos braços, mas são raras.
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