Publicado em 25/06/2014, às 21h00 por Nanna Pretto
Há seis anos ele nasceu. Numa sexta-feira fria de junho, no meio da tarde, numa das avenidas mais importantes de SP. Mais paulistinha impossível para contrariar o sangue baiano da mãe. Há seis anos Gabriel transformou a minha vida. Virou uma parte de cabeça para baixo, me fez rever absolutamente todas as prioridades, se encaixou perfeitamente bem na minha (na nossa, aliás) vida e preencheu todo e qualquer espaço em branco dela. Há seis anos somos cúmplices e companheiros e, desde então, eu não me sinto mais sozinha.
Essa sensação de preenchimento é algo indescritível. É algo muito diferente do amor pelo namorado, marido ou amigo. É algo visceral, instintivo, carnal, eu diria. É amor incondicional, mas mais do que isso, é uma sensação de que eu nunca mais vou andar sozinha.
Isso ficou muito claro para mim há uns anos, quando eu e o marido tivemos uma crise e ficamos alguns meses afastados. CLARO que você sente falta, claro que dói, claro que dá saudade e que abre um buraco no coração da gente. Mas estar com Gabriel me confortava de tal forma que, pela primeira vez, eu entendi o que é o amor por uma pessoa e o que é a carência, o desespero e o medo de ficar sozinha.
Depois de ter filho, esses sentimentos ficaram muito claros para mim. Estar casada envolve muita coisa, principalmente um amor gigantesco. Mas nunca mais essa sensação de estar tapando buracos a qualquer custo.
E há seis anos nós temos uma relação deliciosamente amorosa. Nos entendemos pelo olhar, pelo toque, pelo beijo. Uma palavra basta. Às vezes nem é preciso dela. Ele me faz companhia em tardes chuvosas, quando ficamos horas vendo filmes juntos. Saímos para jantar a dois e não paramos um só momento de conversar. É com ele que eu aumento o som do carro e cantarolo estranhamente as músicas em inglês. Ou inventamos rimas engraçadas quando a música é chata. É ele que me tira do sério na mesma velocidade que me emociona, quando derrama uma lágrima “por emoção” ao fim de um filme ou um texto. É ele que me encanta com a sua inteligência e ousadia em querer aprender, descobrir, entender. Ele não faz nada por fazer. Gabriel precisa dar sentido para tudo na vida.
E ele, meu filhote, está fazendo apenas seis anos. Mas já toca o coração dessa mãe chorona como se a gente convivesse há 60. Filho, eu tenho um orgulho danado de você! Parabéns pelos seus seis anos de alegria!
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