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Mordo, logo existo!

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Publicado em 03/03/2016, às 18h07 por Ligia Pacheco


É normal a criança com até um ano morder outras crianças, pessoas, a si própria e o mundo ao seu redor. Ela explora tudo e a todos utilizando-se principalmente da boca, sua primeira via de acesso ao mundo, a começar pelo peito da mãe. E aos poucos ela vai aprendendo de si e do mundo afinal, a criança não nasce com a noção de que ela é ela, de que nós somos a mãe ou o pai, que o cachorro é um cachorro ou que o sofá é um móvel para sentar. Isto e muito mais ela terá que aprender e assim fará mediante a sua interação com o meio, do qual fazemos parte. E a boca, a princípio, a ajudará muito nesta empreitada.

Assim, a criança pequena vai começar a ter noção de si, do outro e do que está ao redor a partir das experiências. Imagine que tudo está misturado ao nascer, um amálgama completo, e a criança terá que definir naquela massa, o que é cada coisa e cada um, bem como as relações entre eles. Ela joga a bola e ela rola. Ela joga o dado e ele não rola como a bola. Ela puxa a toalha da mesa e cai um mundo de coisas sobre ela. Ela engatinha até a escada, a mãe berra e a tira de lá. Ela morde o colega e ele chora. Ela morde-se e também chora. E assim vai, paulatinamente, desamalgamando, dando nome a cada coisa e cada ser, diferenciando-os e se diferenciando de tudo e de todos. Mas isto leva tempo e diz também do desenvolvimento do sistema nervoso e dos estímulos vindo do meio.

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Abrindo parênteses… Coloque uma criança de menos de um ano na frente do espelho com um risco de batom em seu rosto. Observe a sua reação. É como se ali tivesse outra pessoa. Ela não se reconhece. Ela ainda não se diferencia da massa. Ao fazer o mesmo com uma criança um pouco maior, verá que sua reação será totalmente diferente. É provável que ela leve a mão no risco de batom e ache graça. Já se reconhece, já começa a perceber a sua existência.

E o morder?

O ato de morder pode ocorrer por vários motivos. Para aliviar a coceira na gengiva quando os dentes nascem, para descarregar alguma tensão, para brincar ou simplesmente para explorar o mundo. Mas, olhe que interessante. O morder ajuda a criança a ir se diferenciando da massa. Sim, mordo, logo existo.

Ao morder a si mesma, a criança percebe que dói e vai tomando consciência de si. Ao morder o outro, percebe que não dói e vai tomando a consciência de que existe o outro. E assim faz com o mundo também. Não tem a intenção de machucar, mas machuca ou é machucada. Aliás, a criança nesta idade não sabe ainda o que é certo ou errado, o que machuca ou não. Nem seu sistema nervoso está pronto, nem as suas construções garantem tamanho suporte. Mas o meio (do qual fazemos parte) precisa ir proporcionando este desenvolvimento. Afinal, morder machuca.

E, se o seu filho voltou mordido do berçário, sinto muito, faz parte. Ele também morderá. Mas atenção! Uma criança que morde demais e continua a crescer mordendo já não é normal. Neste caso, o morder é a ponta do iceberg. Corra para perceber o que oculta, o que faz o seu filho agir assim, pois diferenciar seres e a si pela mordida tem um prazo curto. E assim deve ser.
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