Publicado em 15/09/2017, às 08h33 - Atualizado às 08h36 por Ligia Pacheco
Este é um caso real e uso nome fictício. Conto-o para despertar a atenção aos erros de interpretação tão frequentes nas relações com as crianças. Erros que podem levar a ações que podem mudar todo o rumo de uma vida em formação.
Uma criança de 4 anos, que poderia chamar-se Joana D’Arc, estava tendo comportamentos estranhos segundo os professores e a psicóloga da escola. Ela e as crianças da sua turma estavam na fase do conto de fadas, do mundo da fantasia, dos jogos simbólicos, de dar vida aos objetos, de experimentar mundos, imitar e viver diferentes seres e situações. Brincavam, como é próprio da idade, como se fossem reais seus personagens e objetos animados. Todavia, nas brincadeiras de príncipes e princesas, diferente de todas as outras meninas, Joana não queria o disputadíssimo papel de princesa, mas sim, o de príncipe. As professoras estranharam e insistiam para que ela assumisse o papel feminino. Mas, ela o negava. “Quero ser o príncipe!”, dizia com sua espada em punho, um lápis de colorir, e saia a galopes no seu cavalo, uma garrafa pet. Após algumas reuniões e estratégias frustradas, decidiram chamar a família, aconselhando-a a levar a um psicólogo para trabalhar a sua orientação sexual. Antes que isso ocorresse, pedi que perguntassem à Joana, o porquê não queria ser princesa e sim, o príncipe. E então, veio a revelação e tenho que concordar com a menina. Eu também prefiro ser o príncipe e isso não tem nada a ver com a minha sexualidade ou questões de gênero. Qual a explicação de Joana?
Ser princesa é muito chato, pois você fica presa na torre sonhando e aguardando o príncipe chegar para te salvar. Enquanto isso, o príncipe está em seu cavalo atravessando matas, lutando com seres estranhos e perigosos, desafiando e sendo desafiado, vivendo mil aventuras e lutando (e não esperando) para realizar o seu sonho. “É mais legal ser príncipe!”, dizia. Aliás, também poderíamos dizer, mais interessante.
Muitas vezes, interpretamos a situação apenas com as nossas percepções e verdades. Concluímos, damos o diagnóstico, rotulamos a criança e agimos em prol de “salvá-la”. Todavia, uma única pergunta pode nos fazer compreender os seus propósitos e mudar toda a nossa percepção para melhor investigarmos. Parece que o “problema” de Joana era não aceitar os papéis impostos a ela, se permitir brincar sem pré-conceitos e saber analisar e decidir, ainda tão pequena, o que era mais interessante e favorável ao seu desenvolvimento. E que percepção e persistência frente a um ambiente tão repleto de condicionantes culturais arraigados e pronto a criar, nas mentes infantis, os preconceitos.
Bravo Joana D’Arc! Que lição de vida! Sim, não vale prender-se e esperar que alguém realize seu sonho. Melhor lutar, desbravar e desbravar-se nas mais inesperadas situações da vida. Isso mesmo! Saiba o que quer e o por que quer e lute por isso. Continue a brincar, brinque muito, pois este é o melhor jeito de aprender: aprendemos a fazer fazendo. E no fundo, Joana, verás mais tarde, que a fantasia não é assim tão diferente da realidade. Bravo, Menina! Por mais Joanas em seus cavalos!
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